A homify apresenta hoje o encantador projeto denominado ’Casa da Gente’, elaborado por Marina Linhares Decoração de Interiores especialmente para a Casa Cor 2015, no qual a escolha dos materiais de revestimento e a curadoria dos objetos são o destaque. O projeto aborda e explora também conceitos como integração, convívio e funcionalidade. A Casa da Gente
possui 70 m² de área construída e mais um jardim com 95 m², constituindo o primeiro ambiente da mostra, dando portanto as boas vindas ao visitantes e proporcionando-lhes o contato com as principais tendências do habitar, na análise da arquiteta: “brasilidade”, “compartilhar”, “marcas do tempo” e “menos e melhor”.
O ponto de partida para Marina Linhares foi uma casinha que já havia no local e que apontava o caminho da simplicidade. Portanto, essa foi sua fonte de inspiração, resultando em uma abordagem atenta aos elementos já existentes e que valoriza a história do local. De acordo com a arquiteta, os ambientes sociais foram criados para promover o prazer do convívio, das longas conversas e dos momentos juntos aos amigos e à família. Daí a grande sala integrada, o fogão a lenha, o gazebo que aproxima do verde. Além disso, a integração do ambiente é uma forma de trazer praticidade e funcionalidade ao dia-a-dia”. Para ela, o foco deve estar nas necessidades reais do cliente buscando um modo de viver acolhedor, autoral e despojado. “A estética é consequência”, diz ela, que faz uma curadoria exigente de cada objeto colocado nos ambientes, seja uma colher, uma luminária ou uma obra de arte.
O projeto da “Casa da Gente”, que conferimos a seguir em mais detalhes e imagens incríveis, explorou todo o potencial dos revestimentos para valorizar a essência da casa que já existia. Portanto, os materiais de acabamentos desempenham um papel de destaque no projeto, como a madeira, empregada de modo intensivo e cuidadoso, contribuindo para a atmosfera acolhedora e sofisticada dos ambientes.
A fachada principal da Casa da Gente
é marcada pela forma simples e tradicional da casinha e pelas suas superfícies rústicas, revestidas de pedras. Obviamente, outra grande atração do projeto é o jardim externo, com vegetação densa e exuberante, com predomínio de plantas de meia sombra, exceto a imponente árvore central, que faz sombra no jardim e contrasta com a escala pequena da casinha, que ainda com conta com amplas aberturas de folha dupla de madeira, que permitem a integração dos espaços internos com o jardim.
O interior da casinha é caracterizado pela integração espacial dos ambientes, sala de estar, sala de jantar, cozinha e jardim de inverno, e pelas cores neutras, provenientes dos materiais de acabamentos, mobiliário e objetos decorativos. O tapete de tear da By Kami realça a sensação de integração espacial e traz aconchego e requinte ao living.
No living room destacam-se os materiais de acabamentos, como os seixos da Palimanan, que revestem o piso, e a madeira pinus reciclada da Marupá para os lambris e para os elementos em marcenaria. Além disto, as peças estruturais de madeira aparente da tesoura da cobertura conferem um charme especial ao ambiente, dando-lhe mais personalidade e um toque de tradição.
A escolha do mobiliário e dos acessórios de estilos, períodos e materiais diferentes priorizou a fuga do óbvio. Objetos portugueses de 1900 oriundas de antiquário convivem harmoniosamente com artigos contemporâneos, como as peças da nova linha Chuva para a Decameron, desenhada por Léo Romano. Há também peças italianas de peso da Casual, como o sofá Magnun da Flexform, as mesas laterais Circo da Ceccotti e as armachairs Mirto da B&B Itália, entre outras. A brasilidade, representada pelo talento de artistas brasileiros, como a obra de Yole de Freitas e as peças da Etel, como a bandeja Itamaraty e a poltrona Triangular de Jorge Zalszupin, inspirada na maneira de sentar “em rede” dos nativos, que foi evocada por Lina Bo Bardi na sua famosa cadeira de roça, abrilhanta a decoração do ambiente, dando-lhe mais personalidade e elegância.
A escolha da sala de jantar segue a mesma lógica, fugindo do óbvio e visando à praticidade e qualidade. Além da mesa de jantar oval, a sala de jantar conta ainda com um conjunto de cadeiras de madeira maciça de design elegante e luminárias pendentes de cobre, que dão evidenciam a elegância e a sofisticação do ambiente.
A cozinha é composta de uma bancada de concreto, armários inferiores feitos de madeira rústica e lambris de madeira pinus, que dão realçam o estilo rústico da cozinha, que todavia, conta ainda com prateleiras com iluminação de LED, que agregam praticidade e sofisticação à cozinha.
Na sala de estar, entre tantos atrativos, como as vitas para os jardins circundantes, nos chama a atenção os espelhos Alva, pendurados todos juntos em uma parede, que foram desenhados pelo arquiteto Marcelo Alvarenga e pela artista plástica Susanna Bastos e confeccionados em madeiras especiais raras de demolição e com cordas em crina de cavalo trançadas uma a uma por artesãos tradicionais do interior de Minas Gerais.
Para obter mais informações sobre projetos de decoração com espelhos, leia este artigo.
Nada passa despercebido neste projeto de decoração minucioso. Os armários, que agregam funcionalidade ao ambiente, foram executados em madeira pinus reciclada e também agregam qualidades estéticas ao ambiente, além de rusticidade e charme.
Um dos espaços mais atraentes e agradáveis da casinha é o jardim de inverno, integrado ao living room por uma ampla abertura, formado por um volume transparente de estrutura metálica. A vista privilegiada para o jardim, a luz natural abundante e as cores, dos elementos em tecidos, além da cobertura de fibra sintética, toda feita a mão, para o teto do gazebo, conferem ao ambiente uma atmosfera elegante e aconchegante.
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O jardim, cujo design contou com a colaboração do paisagista Rodrigo Oliveira, traz uma variedade de plantas tropicais que dão a impressão de estarem ali por acaso e pertencerem ao ambiente desde sempre. “É um jardim de meia sombra com bastante folhagem verde. O tom monocromático passa tranquilidade”, diz Rodrigo. Também na área externa, um fogo de chão e uma horta convidam as pessoas ao desfrute ao ar livre, concluindo o objetivo de Marina Linhares de fazer casas 100% aproveitadas por quem mora nelas. A horta sugere um estilo de vida mais romântico e saudável, no qual as pessoas por si mesmas possam cultivar e colher seus próprios vegetais e seus próprios temperos.