Orquídeas: plantar, manter e cuidar

Elisabete Figueiredo – HOMIFY Elisabete Figueiredo – HOMIFY
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Quando pensamos em plantas de interior para alindar as nossas casas. as opções de espécies que se abrem à nossa frente são imensas. No entanto, apesar de haver centenas ou milhares de espécies muito utilizadas como plantas de interior, não há dúvidas de que as orquídeas são das escolhas mais elegantes, e por isso das plantas mais utilizadas.

As orquídeas são conhecidas desde a antiguidade como símbolos de harmonia e perfeição espiritual, e na Idade Média foram usadas para preparar filtros de amor. Como se tratam de plantas com flores, as orquídeas requerem uma atenção especial quando nos decidimos comprá-la… As orquídeas de casa são plantas um tanto ou quanto exigentes, que não gostam das mudanças bruscas de temperatura, típicas das habitações durante o inverno, e que sofrem na ausência de luz solar durante a maior parte do dia, por isso não são boas escolhas para casas sombrias e frias, expostas a norte.

Se adora estas plantas, mas nunca teve coragem de as comprar por causa da dificuldade em cuidar delas vai gostar de saber que não é assim tão difícil plantar, manter e cuidar de uma orquídea, porque nós temos os truques certos!

A homify está aqui para o ajudar a conseguir ter uma das plantas favoritas de decoradores e designers de interiores, e quem sabe sua também. Acompanhe-nos!

1 – Orquídeas

Provavelmente já viu muitas orquídeas por aí, mas sabe que tipo de plantas são? É importante conhecer a sua classificação e origem para perceber a delicadeza dos cuidados que requerem.

As orquídeas pertencem à família das orquidáceas e à ordem das microspermas. São plantas monocotiledóneas, com folhas de nervação paralelinérvia, e com flores bastante típicas, constituídas por três sépalas e três pétalas. Na maior parte dos casos uma dessas pétalas, chamada labelo, é maior e mais vistosa. Esta planta tem flor hermafrodita, com componente masculina e feminina na mesma flor, e floresce apenas uma vez por ano. A floração dura 3 dias a 1 mês, variando em função da espécie. Embeleze a sua casa com estas flores lindíssimas – um arquiteto de interiores é a pessoa ideal para o ajudar nessa tarefa.

2 – Características

Pela grande beleza das suas flores e pelo seu ar exótico, as orquídeas são muito utilizadas na decoração de interiores

Muitas orquídeas têm raízes aéreas que, na natureza, se prendem aos troncos e ramos das árvores para conseguirem destas segurança, sombra e humidade. No entanto, apesar de se prenderem às árvores, as orquídeas não estabelecem com elas relações de parasitismo, mas sim de comensalismo, pois utilizam as árvores como apoio e fonte indirecta de nutrientes (nutrientes que caem das árvores) sem lhes causar dano.

Há também orquídeas que crescem sobre o solo, em terrenos muito ricos em nutrientes, outras que crescem sobre rochas e até algumas raras espécies que crescem sobre matéria orgânica em decomposição.

Cada espécie de orquídea tem requisitos próprios, e algumas são fáceis de plantar e fazer florir, enquanto outras têm cuidados muito exigentes, que obrigam à replicação das condições naturais em estufas. Neste artigo trataremos apenas daquelas mais fáceis de cuidar na maioria das casas portuguesas, claro.

3 – Curiosidades

- Há cerca de 35 000 espécies de orquídeas e mais 65000 espécies híbridas, sendo que as espécies naturais são oriundas de países de clima tropical, embora possam ser encontradas em todos os continentes, à excepção da Antárctida.

- Há pessoas especializadas no cultivo de orquídeas que podem até desenvolver uma verdadeira obsessão por estas flores. São os chamados orquidófilos, responsáveis pela criação das espécies híbridas.

- Cada espécie de orquídea  atrai um ou mais tipos de insectos ou aves para fazer a polinização, e as formas, tamanhos e cores variam de acordo com as espécies polinizadoras. Há espécies que imitam as cores da carne em decomposição e até o seu forte odor, por exemplo, para atrair insectos.

-  Na natureza as orquídeas precisam de fungos específicos para germinarem.

- Ao contrário do que muitos pensam, e embora normalmente precisem de solo húmido, as orquídeas não gostam de regas excessivas, que podem apodrecer-lhe as raízes.

4 – Variedades, clima e cuidados

Como referimos, há milhares de espécies de orquídeas, cada uma com necessidades mais ou menos específicas. Seria sempre impossível abordar todas num qualquer artigo, e nem seria desejável, uma vez que nem todas se conseguem criar em clima mais agrestes. De entre aquelas com melhor adaptabilidade aos climas temperados há algumas mais utilizadas, pela resistência, facilidade de manutenção e beleza, e é dessas que falaremos aqui!

Orquídea Cymbidium

É uma variedade que sofre com permanência em ambientes domésticos, excepto quando o frio é intenso, pois no interior a planta não consegue florescer bem e pode tornar-se alvo de pragas. A floração é favorecida pelo uso de fertilizantes com baixo teor de nitrogénio, e ricos em potássio e fósforo: durante a fertilização, é aconselhável garantir a quantidade certa de humidade ao substrato do solo. 

Orquídea Dendrobium 

Esta variedade tem proveniência australiana, sempre-viva, e de fácil cultivo em vasos, desde que sejam realizadas regas por nebulização frequentes de verão ou de inverno, uma vez que sofre com o clima seco das casas, no inverno, e com as altas temperaturas dos interiores, no verão. Assim é fundamental garantir o grau de humidade certo para conseguir manter este tipo de orquídea com sucesso. É ainda importante efectuar uma fertilização do solo uma vez por mês, por nebulização. 

Orquídea Phalaenopsis 

Esta é a orquídea de interior por excelência! O interior de nossas casas é o habitat de substituição ideal para este tipo de orquídea por ser caracterizado por uma temperatura constantemente à volta de 20 ° durante o dia, e 15 ° durante a noite. Estas plantas sofrem com a estagnação do solo, por isso regue-a com um nebulizador e use terra drenante. Podem florescer várias vezes na mesma haste, que deve ser cortada ocasionalmente para que a planta seja reforçada.  

Orquídea Vanda 

Esta orquídea tem origem indiana, e prospera melhor num ambiente caracterizado por um clima quente e húmido, pelo que é essencial pulverizá-la muitas vezes com água, tanto no inverno como no verão, incluindo as raízes, que serão expostas. A orquídea Vanda, se estiver saudável, garante flores durante todo o ano, especialmente na primavera. 

Já referimos as condições climatéricas preferidas da maior parte das orquídeas: – as espécies descritas anteriormente preferem temperaturas moderadas a quentes, muita luz indirecta, e uma boa percentagem de humidade no ar (semelhante à que apreciado pelo ser humano, de 60-70%).  

Dentro de casa a posição ideal para as orquídeas é perto das janelas, em especial se houver uma cortina para filtrar a luz. Se a quantidade de luz for a correcta a planta terá folhas de um verde intenso e bonito, mas se não for, as folhas serão amarelas, e será necessário rever a posição da orquídea ou a incidência da luz. A temperatura não deve ser inferior a 18 °C nem acima de 28 °C . Certifique-se de que há uma boa circulação de ar, usando vasos específicos para o cultivo de orquídeas, que permitem a circulação de ar e a ausência de estagnação da água.  

A rega é uma questão importante e delicada se quiser cuidar de uma orquídea com sucesso: 

- Em primeiro lugar, não a regue como às outras plantas, porque um jacto forte e uma quantidade excessiva de água podem causar danos significativos à planta. 

- Use um nebulizador e, quando necessário, borrife a água directamente sobre a planta.  

- Se a orquídea for pequena e colocada num pote de plástico perfurado, ela pode ser imersa numa bacia contendo água à temperatura ambiente por um período de tempo suficiente para permitir que o solo fique húmido. 

- Antes de proceder à rega, é aconselhável verificar se o solo da superfície está seco ou não.

5 – Solo, fertilização, replantação e poda

A maior parte das orquídeas caracteriza-se por lançar raízes nos interstícios dos galhos, onde se depositam materiais em decomposição que servem de alimento para a planta. Por esse motivo muitas orquídeas fazem parte das plantas denominadas plantas epífitas. Para recriar este tipo de ambiente precisará de escolher um solo mole ao qual deve adicionar pequenos pedaços misturados de casca, fibra de coco e turfa, que irão compor o substrato. Poderá adquirir um substrato especializado em lojas de flores ou de jardinagem.

A fertilização deve ser feita pelo menos de 15 em 15 dias, utilizando um fertilizante específico, combinado com água em quantidades mínimas, e pulverizado sobre a planta.

A replantação deve ser realizada quando o substrato deixa de conseguir providenciar nutrientes à planta, ou seja, quando parecer mais compacto e menos drenante. Para fazer isso, é preciso ter um vaso maior do que o anterior, criar um fundo feito de cortiça, poliestireno ou carvão, e só depois colocar a planta dentro do novo vaso. A seguir deve cobrir o fundo com o novo substrato, ao qual se adicionou poliestireno expandido para garantir a drenagem correta à planta. A orquídea não deve ser regada por cerca de dez dias após a replantação.

A poda deverá ser realizada procedendo à remoção de flores e folhas secas diariamente, as partes secas serão removidas com uma tesoura de poda com pontas. Este instrumento deve ser desinfectado antes de usar para evitar transmitir infecções à planta.

Quer mais dicas de jardinagem da homify para o interior de sua casa? Não deixe de ler o artigo ’Plantas da sorte – Quais são? Como cuidar?’.

6. Orquídeas de interior

Este artigo serve de guia completo sobre como tratar orquídeas. Os corredores e halls de entrada são locais perfeitos para ter flores e/ou plantas, como é o caso da imagem acima.

Se prefere ter plantas na sua varanda ou terraço, já ficou a saber quais as orquídeas de exterior mais indicadas. Com terra para orquídeas pode você mesmo como plantar orquídeas e porque não fazer uma horta vertical? É tendência mas se tem dúvidas, veja este artigo.

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